sábado, 15 de agosto de 2009

HISTÓRIA E ESTÓRIA.

O dia em que a calcinha virou bandeira do Brasil.

Amigos,

Segundo conceito de Balzac, "Há duas histórias - a história oficial, mentirosa, que se ensina, a história “ad usum Delphini; depois, a história secreta onde estão as verdadeiras causas dos acontecimentos, uma história vergonhosa". O texto abaixo pode estar desvendando uma pequenina parte da segunda história ...


Após extensas negociações diplomáticas, em 1825 D. Pedro I obteve o reconhecimento

de nossa independência pela Inglaterra e Portugal. O fato daria uma importância extraordinária ao desfile cívico daquele ano, no Campo de Santana, a ser aberto pela tropa dos temidos mercenários alemães.

Aqui cabe explicar: as nossas forças militares eram formadas por portugueses e, após a nossa independência, o Imperador não podia mais confiar neles. Daí contratou centenas de mercenários alemães que estavam desempregados com o fim das guerras napoleônicas. Eles foram instalados no quartel do Campo de Santana e na velha fortaleza da Praia Vermelha.

Al¦ém de truculentos, esses soldados era insubordinados e bagunceiros, dando mais prejuízo que segurança ao País. O mais esculhambado deles era justamente o comandante do quartel da Praia Vermelha, Major Von Ewald. Amigo pessoal de D. Pedro I era seu cúmplice nas esbórnias noturnas que promoviam nas tavernas da cidade. Alcoólatra e falastrão, Von Ewald se apaixonara por uma famosa e rica prostituta - Gertrudes - que morava numa luxuosa chácara na Praia de Botafogo.

De início, Gertrudes delicadamente o repeliu e então Ewald resolveu
demonstrar seu poder e autoridade: passou a organizar desfiles das tropas alemães diante da casa dela. Seduzida por tal devoção, a prostituta cedeu aos desejos do Major - certos autores identificam aí a origem da expressão "topou a parada", que passou a ser usada primeiramente em tom de galhofa e depois se integrou ao nosso vocabulário popular. Mas para se tornar amante regular de Ewald, a rameira exigiu uma outra prova de amor...

No dia do desfile da Independência, todas as autoridades e milhares de
pessoas assistiam à tropa dos alemães entrar garbosa no Campo de Santana, trajando seu uniforme de gala, quando ocorreu a estupefação geral. No lugar do pavilhão nacional, a bandeira do Brasil ostentada pelo batalhão, pendia um apetrecho nada cívico: as cintas-ligas de Gertrudes, ali colocadas por Von Ewald como prova de amor a sua exigente meretriz.

Após o desfile, D. Pedro I mandou prender Von Ewald, rebaixou-o de posto e o sentenciou a uma surra de vara (costume da época). O alemão chegou a fugir, mas logo foi recapturado. Poucos dias depois, o imperador o perdoou e tudo voltou a ser como antes, inclusive as bacanais e porres da dupla. E não podemos esquecer que o imperador mantinha com dinheiro público duas amantes: a Marquesa de Santos e sua irmã, a Baronesa de Sorocaba. Não seria ele quem iria querer moralizar coisíssima nenhuma.

Nota - Naquela época o desfile cívico de comemoração da Independência não era realizado em 7 de setembro, mas em 12 de outubro - data da Aclamação do Imperador


Autor: Celso Serqueira

Um comentário:

  1. Segundo informações de um antigo Cel, esse fato não foi ventilado na cadeira de História Militar, que antes era ministrada na AMAN.
    Embora seja muito estranho, tem grande possibilidade de ser verdadeiro.

    Quem tiver algo a acrescentar, fazer o favor de complementar ou de mostrar que o fato é mais um "conto da carochinha".

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