terça-feira, 23 de novembro de 2010

PARA CONHECIMENTO - RESPOSTA DA MB AO BOECHART.

Amigos Associados

A democracia é assim, cada cidadão fala o que quer, muitas vezes não consegue resolver os seus próprios problemas, alheio se acha em condições de resolver problemas que envolvem uma tecnologia apuradíssima, onde um cem números de profissionais aptos, pois muito estudaram para isso, trabalham na analise e na decisão do que é mais importante para a Conjuntura Nacional.

A resposta dos nossos colegas da Marinha do Brasil foi bastante positiva.

Acredito que essa deva ser a atitude mínima à ser tomada todos militares, da ativa ou da reserva, continuamos atentos, que não pense que temos medo de enfrentar o perigo, nem de “maus brasileiros”. Não estamos mortos, continuamos atentos em defesa da Pátria.

Abraço fraterno

Castello Branco

Recebi e dou conhecimento aos irmãos d’armas.

Resposta da Marinha ao Boechat

O Boechat deveria ser convidado, periodicamente, assim como o maior número possível de jornalistas, para seminários, palestras e curso; de modo a que pudessem todos falar e escrever com conhecimento de causa. Os bons brasileiros certamente darão o maior apoio as nossas Forças Armadas

Pedro Ernesto

CCSM

19/11/2010

Nota de Esclarecimento encaminhada ao jornalista Ricardo Boechat

Senhor jornalista,

Em relação ao seu comentário sobre o reaparelhamento das Forças Armadas, realizado durante seu programa na rádio “BandNews FM”, no último dia 12, a Marinha do Brasil esclarece que o Plano de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB) entregue ao Ministério da Defesa, contempla ações a respeito de instalações militares e de quantificação dos meios necessários ao atendimento eficaz das suas possibilidades de emprego.

A proposta apresentada no PAEMB engloba as seguintes ações, além do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (construção de submarinos convencionais e de propulsão nuclear, Base e Estaleiro associados; e transferência de tecnologia para a construção de submarinos convencionais e para a parte não nuclear do submarino de propulsão nuclear), citado em seu programa:

- implantação da segunda Esquadra e da segunda Divisão Anfíbia no Norte/Nordeste do Brasil, o que inclui Base Naval, Base Aérea Naval, Base de Fuzileiros Navais e Base de Abastecimento;

- implantação do Projeto "Amazônia Segura", com a criação e elevação de categoria de Capitanias Fluviais e suas Delegacias e Agências, construção de navios de patrulha fluvial, navios de transporte fluvial, navios de assistência médico-hospitalar, criação de Batalhões de Operações Ribeirinhas;

- construção do núcleo principal do Poder Naval (escoltas, navios aeródromos, de propósitos múltiplos, de apoio logístico, de transporte e apoio, navios-patrulha, aeronaves de asa fixa e móvel, veículos aéreos não tripulados (VANT) e meios de Fuzileiros Navais para duas Divisões Anfíbias); e

- desenvolvimento e implantação do Sistema de Monitoramento da Amazônia Azul (SisGAAz).

No que tange a Navios de Assistência Hospitalar (NAsH), a Marinha do Brasil possui, hoje, quatro – três operando na Região Amazônica e um no Pantanal. Além disso, será incorporado, no próximo dia 23, o NAsH “Soares de Meirelles” para atender à população ribeirinha da Amazônia.

A aquisição do navio partiu de uma necessidade premente, identificada pelo PAEMB, de aumentar a quantidade de NAsH de três para cinco na Amazônia. O objetivo é ampliar, de forma quantitativa e qualitativa, a capacidade em prover atendimento médico e odontológico às populações ribeirinhas da Região Amazônica em parcerias com o Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais de Saúde dos Estados do Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Amapá e Secretarias Municipais de Saúde.

Os Navios de Assistência Hospitalar são, para quase todas as regiões visitadas, a única presença do Estado brasileiro, o único instrumento possível de aplicação de ações de saúde para essas populações carentes. São conhecidos como os “navios da esperança”.

Quanto ao patrulhamento da costa e dos rios brasileiros, o PAEMB prevê a aquisição de 62 Navios-Patrulha (NPa) e de 14 Navios-Patrulha Fluviais (NPaFlu). Hoje, a Marinha possui 18 NPa e dez NPaFlu (cinco na Região Amazônica e cinco na bacia Paraguai-Paraná).

Seguindo o cronograma estabelecido no Plano, no próximo dia 30, será incorporado à Marinha do Brasil o segundo Navio-Patrulha de uma nova classe em construção, o NPa Macau. O primeiro, o NPa Macaé, foi incorporado à Marinha em dezembro do ano passado.

Os NPa são meios de emprego amplo, ressaltando-se, além da Patrulha Naval nas Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), as atividades de Inspeção Naval, de busca e salvamento na área de responsabilidade SAR (Search and Rescue) do Brasil, estas decorrentes de compromissos internacionais, e contribuição no combate às novas ameaças (terrorismo, contrabando, crime organizado, poluição marinha, tráfico de drogas e de pessoas).

Distribuídos pelos diversos Distritos Navais, têm emprego crucial nas operações de defesa de plataformas de exploração e explotação de petróleo no mar, que respondem por mais de 80% de nossa produção. Participam, também, de missões de fiscalização contra a pesca predatória e de outras relacionadas à prevenção da poluição hídrica nas AJB, em apoio aos órgãos governamentais. Além disso, podem ser empregados em missões para a garantia da lei e da ordem, bem como contribuir para o transporte de pessoal e material em proveito das ações de Defesa Civil.

Esses navios implementam as leis do Estado em nossas AJB. Sem sua ação de presença, ilícitos como a pirataria, contrabando, descaminho, despejos ilegais de material poluente, exploração da fauna, entre outros, encontrariam terreno fértil de propagação. Quanto aos Navios-Patrulha Fluviais, eles são fundamentais para a realização de patrulhas nas Bacias Amazônica e do Paraguai - Paraná, operações e ações de apoio às populações ribeirinhas, contribuindo para o desenvolvimento nacional e aumentando a presença da Marinha nas fronteiras. A presença desses meios leva o Estado brasileiro às porções mais isoladas das citadas Bacias, sendo um importante elemento de apoio às operações ribeirinhas, realizando ações cívico-sociais, contribuindo fortemente para a permanente integração nacional.

Além disso, o PAEMB prevê, também, a aquisição de 430 embarcações menores para a execução de tarefas afetas à defesa nacional e à segurança do tráfego aquaviário, no cumprimento da legislação específica que estabelece as responsabilidades da Autoridade Marítima (AM).

Sobre tais responsabilidades, podem-se destacar as inerentes à segurança da navegação, à salvaguarda da vida humana no mar e à prevenção da poluição hídrica, as quais são levadas a efeito por meio das Organizações Militares (OM) integrantes do Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA), composto por Capitanias, Delegacias e Agências, espalhadas ao longo do nosso litoral e das principais hidrovias interiores.

A Marinha necessita efetuar a obtenção de diversos tipos de embarcações, tanto por construção, no País, quanto por aquisição no comércio, dentro de uma moldura temporal de 10 anos de execução, entre as quais se destacam as seguintes embarcações, destinadas às atividades do SSTA:

· Lancha de Apoio ao Ensino e Patrulha (LAEP);

· Agência Escola Flutuante (AgEFlut); e

· Embarcações de Casco Semi rígido (ECSR).

Quanto ao submarino de propulsão nuclear, considerando a vastidão do Atlântico Sul, natural teatro de nossas operações navais e a magnitude de nossos interesses no mar, a Marinha constatou, desde logo, que, no que tangia a submarinos, a posse de convencionais não era o bastante. Para o cumprimento de sua missão constitucional de defender a soberania, a integridade territorial e os interesses marítimos do País, tornava-se mister dispor, também, de submarinos de propulsão nuclear. Aqueles, em face de suas peculiaridades, para emprego preponderante em áreas litorâneas, em zonas de patrulha limitadas. Estes, graças à excepcional mobilidade, para a garantia da defesa avançada da fronteira marítima mais distante.

Destaca-se que os submarinos de propulsão nuclear são, do mesmo modo, os meios navais por excelência para negar o uso do mar, constituindo-se na estratégia de defesa marítima do Brasil, em paralelo com a capacidade para projeção de poder e para o controle de áreas marítimas, no grau necessário à defesa e dentro dos limites do direito internacional. Ao mantermos e ampliarmos essas capacidades, como consequência, estaremos contribuindo para a dissuasão estratégica no Brasil.

Atualmente, o Brasil vem assumindo um destaque crescente no cenário mundial, ocupando uma posição cada vez mais próxima dos pólos estratégicos globais. Assim, a importância estratégica pretendida pela MB é a de dispor de uma Força de Submarinos com a capacidade de contribuir para tornar a via diplomática mais atraente para a solução de controvérsias, ampliando a condição de defesa do País e o seu poder dissuasório, constituindo-se em uma força naval de envergadura, composta de submarinos modernos, convencionais e de propulsão nuclear, para assegurar o propósito de negação do uso do mar. Por sua vez, o Brasil, de acordo com a Estratégia Nacional de Defesa, manterá e desenvolverá sua capacidade de projetar e fabricar tanto submarinos de propulsão convencional como de propulsão nuclear. Cuidará, ainda, de ganhar autonomia nas tecnologias cibernéticas que guiem os submarinos e seus sistemas de armas, e que lhes possibilitem atuar em rede com as outras forças navais, terrestres e aéreas.

Enfim, a MB visualiza possuir uma Força moderna, equilibrada e balanceada, dispondo de meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais compatíveis com a inserção político-estratégica do nosso País no cenário internacional e, em sintonia com os anseios da sociedade brasileira, permanentemente pronta para atuar no mar e em águas interiores, de forma singular ou conjunta, de modo a atender à destinação constitucional.

Aproveito a oportunidade, para convidar Vossa Senhoria para participar da incorporação dos Navio de Assistência Hospitalar “Soares Meirelles” (no próximo dia 23, às 10h, na Estação Naval do Rio Negro, em Manaus – AM) e Navio-Patrulha “Macau” (próximo dia 30, em uma cerimônia no Píer da Indústria Naval do Ceará (INACE), em Fortaleza – CE, às 10h.).

Atenciosamente,


CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA

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RÁDIO BANDNEWS FM

12/11/2010

Transcrição de áudio

Comentários do jornalista Ricardo Boechat – Submarino nuclear

[...] Aqui no Brasil, tanto pela influência tanto pelo peso do aconselhamento militar, quanto pela fragilidade das convicções das figuras que nos governam, nós estamos na iminência de gastar bilhões e bilhões de euros em programas de equipamento militar, de aparelhamento militar. Mas não é um aparelhamento militar que vai dar para a Marinha, por exemplo, 300 fragatas para percorrer nossos rios na amazônia, nossos rincões, nossos grotões; fragatas equipadas com hospitais...não, não, não, não. Não são fragatas ou navios de menor porte equipados com material militar para fazer o patrulhamento de nossa costa e evitar a depredação dos nossos cardumes, a caça predatória, a pesca predatória, melhor dizendo, dos nossos cardumes. Não é para prevenir contrabando que entra aí; por exemplo, na Baía de Guanabara...o que entra de contrabando pela Baía de Guanabara e desembarca nesses cantos aí do fundo da Baía, é uma barbaridade. Cadê as lanchas de vigilância, cadê as embarcações para abordar navios que estão trazendo contrabando etc e tal. Não é equipamento militar para você botar mais helicóptero para ações de resgate, não é equipamento militar para você ter uma esquadrilha de aviões bombeiros que, em casos de incêndios florestais como os que destruíram boa parte dos parques nacionais este ano, minha gente, há poucos meses se você pudesse deslocar 30, 40 aviões tanque com água, com produtos químicos para apagar incêndios de grandes proporções. Não, não, não. Não é esse tipo de equipamento militar que refoçaria o poderio social. Não, é equipamento militar mesmo, para ficar brincando de guerrinha, para ficar fingindo que é potencinha, que pode dar tirinho no inimigo...brincando de soldadinho. Bilhões e bilhões de euros estão prestes a ser jogados nesta palhaçada, nesta ridicularia que só atende ao interesse de paranóicos militaristas, de idiotas governantes e de lobistas espertos – porque esses, sim, vão ganhar muita grana nessa operação; e claro, atende aos interesses da fantástica indústria bélica francesa ou sueca ou americana que ficam aí disputando esse fornecimento e que são grandes produtores de tecnologia militar e que exportam isso para paisecos africanos, asiáticos, sul americanos que acham que têm essa vocação, digamos, para potência. Potências são construídas, e cada vez mais serão, pela educação, pela saúde, pela cidadania, pela qualidade de vida. [...] Notem que, assim como eu não sou contra a ideia de botar mais dinheiro na saúde – eu sou contra a ideia de que só o imposto resolve -, eu também não sou contra a ideia de colocar dinheiro em equipamentos para as Forças Armadas. O que eu estou discutindo é a natureza desse equipamento. Algum de vocês aí precisa de um submarino nuclear? Algum de vocês aí precisa de caças superssônicos, com um poder ofensivo gigantesco? Nós estamos numa região de conflitos? Há algum horizonte potencial, ainda que remoto, no nosso horizonte, no nosso destino? Claro que não, isso é uma palhaçada [...].

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