O que é representar um povo?
Em meio à crise moral em que a capital do Brasil se encontra, os militares confirmam o sentido da expressão: servir à pátria.
Brasília: político e patriótica. Dois endereços, duas faces. A da Câmara Legislativa ignora. Já a da Vila Militar, acode. O que é estar a serviço do povo?
“Há tempo de falar e de calar. O meu é tempo de calar”, enfatiza a deputada Eurides Brito (PMDB).
De se calar? Os nossos militares se calaram porque souberam ouvir em volta. A repórter Lília Teles acompanhou o resgate de uma enfermeira, dos escombros do terremoto no Haiti, e relatou esse momento:
“Ele está pedindo silêncio, agora. Está ouvindo uma voz, um pedido de socorro: ‘está aqui, aqui’”, diz a jornalista.
O que é representar um povo?
Nossos militares rezaram para agradecer por estarem no Haiti no momento do Terremoto. “Graças a Deus, a gente estava aqui. Foi a primeira coisa que eu pensei”, ressalta o sargento Marco Antônio Leôncio.
Para servir ao próximo e não ignorá-lo mesmo o vendo sofrer. “Pelo que eu vi, a poeira subindo na cidade e em todos os cantos, eu sabia que ‘eles’ estariam em apuros. Eu sabia que ia morrer muita gente, sabia que nós seríamos os primeiros a chegar. E a participação da força do Brasil seria fundamental”, afirma o sargento Leôncio.
Enquanto os políticos se trancam ao calor do dinheiro, os militares abrem suas almas ou sentem o toque do pulsar da vida. “Ela está segurando a minha mão. Está bem, está bem”, vibra o sargento Leôncio, no momento do resgate da enfermeira de 43 anos que está grávida.
E ficam gigantes: “Uma vida é uma vida. Mesmo que a gente tirasse apenas uma pessoa com vida, naquela situação, já valeria a pena”, destaca o militar.
Gigantes! E aí nos tornaram enormes, cheios de orgulhos.
Moral da história
Com quem nós nos identificamos: com esses militares; com a doutora Zilda Arns; com os bombeiros do DF que foram para o Haiti; com os que se doam ou com aqueles que se servem dos impostos do povo e aceitam doações ilegais? Quem são os nossos heróis?
Texto: Liliane Cardoso / Alexandre Garcia
Brasil, Acima de tudo!
As Forças Armadas são a democracia de farda. E são, como em todas as democracias, as garantidoras últimas do regime de liberdades.
Os absolutistas das urnas não gostam de pensar que algo possa ser superior à sua vontade — as leis, por exemplo.
Mas elas são.
(Reinaldo Azevedo)
ALÔÔ! PT
Vocês podem enganar alguém por algum tempo,
muita gente por muito tempo,
mas não podem enganar todo mundo o tempo todo.
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