segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ARMAS EM FUNERAL - Gen Div R/1 Roberto de PESSOA.

Com muito pesar tomamos conhecimento do falecimento do Gen Div R/1 Roberto de Pessoa, Paraquedista 001, do Exército Brasileiro. Acometido de um infarto na cidade do Rio de Janeiro.

Aos seus familiares e amigos os nossos sentidos pêsames desejando que o G.A.D.U. o tenha recebido com a Guarda de Honra.

"Os velhos soldados não morrem, apenas desaparecem!"

Abraço fraterno

Castello Branco

Segue noticiário pertinente.

ROBERTO DE PESSOA (1910-2010)

O paraquedista brasileiro nº 1

ESTÊVÃO BERTONI

DE SÃO PAULO

Em 1936, o paraibano Roberto de Pessoa foi enviado à Olimpíada de Berlim, na Alemanha, sem a obrigação de voltar com uma medalha.

À época tenente do Exército brasileiro, tinha como missão observar o treinamento dado aos atletas alemães e trazer as mesmas técnicas.

Seu trabalho de "espionagem" ficaria mais fácil se ele tivesse acesso aos governantes alemães, pensou. Por isso, arrumou uma credencial de imprensa e conseguiu entrar, durante os jogos, na tribuna onde estava Hitler.

Apertou a mão do líder nazista e foi apresentado ao ministro dos Esportes do país. Acabou tendo acesso à academia de esportes alemã.

Foi durante essa missão que Roberto se encantou ao ver os paraquedistas. Quis fazer o curso, mas teve o pedido negado. Deixaram-no fazer o curso de planadores.

De volta ao Brasil, ajudou a desenvolver as práticas de educação física usadas nos treinamentos do Exército.

Quando a Segunda Guerra estourou, e o Brasil se opôs aos nazistas, Roberto pediu para treinar com os paraquedistas norte-americanos. Em 1944, concluiu o curso - e retornou como o primeiro paraquedista militar do país.

Nos anos 50 e 60, comandou um batalhão de infantaria paraquedista. Chegou a general de divisão.

Ontem, após um infarto, morreu aos cem, no Rio. Teve seis filhos (dois são coronéis paraquedistas), 11 netos e uma bisneta. O velório será a partir das 12h de hoje, no Museu Aeroterrestre, no Rio. Segundo a família, o enterro acontecerá na segunda, às 15h, no cemitério Jardim da Saudade, também no Rio.

Fonte: Folha de São Paulo

Primeiro paraquedista militar do Brasil morre aos 100 anos.

Oficial fez cursos de especialização em educação física na Alemanha Nazista, mas foi treinado em Fort Benning, nos Estados Unidos

GENERAL ROBERTO DE PESSÔA 1910 - 2010

O primeiro paraquedista militar do Brasil, general Roberto de Pessôa, morreu na madrugada de ontem no Rio, onde morava. Tinha 100 anos e um orgulho: o de ter inspirado a criação da mais poderosa força especial do Exército Brasileiro, a Brigada de Infantaria Paraquedista.

A ligação do general Pessôa com a tropa aerotransportada teve início na Alemanha, em 1936, sob o regime nazista. O oficial brasileiro, então com 26 anos, era tenente especializado em educação física e fora enviado a Berlim para aprender, e depois adaptar às condições do Brasil, as avançadas técnicas de treinamento militar praticadas pela Wermach, o conjunto das forças terrestres alemãs.

Visitando um centro de instrução nos Alpes, o tenente Roberto de Pessôa acompanhou "com fascínio e entusiasmo", como escreveu no regresso ao Rio, o adestramento dos batalhões de elite do exército alemão. "A possibilidade de levar a tropa pelo ar e lançá-la diretamente sobre o teatro de operações representa um notável fator multiplicador da capacidade", disse em seu relatório.

Estavam em andamento os Jogos Olímpicos de Berlim. Pessôa tentou inscrever-se no curso de paraquedistas do III Reich. Embora tenha sido aprovado na série de testes de aptidão física, foi vetado - a administração nazista já concentrava recursos na formação dos seus próprios combatentes. Conseguiu, entretanto, o registro na Escola de Planadorismo. Pela proximidade, acompanhou boa parte do ciclo dos paraquedistas. Prolongando sua estada na Alemanha, passou pela rigorosa Academia de Esportes do III Reich. As disciplinas aprendidas e trazidas por ele para o Brasil ainda são empregadas no Exército.

Todavia, a meta de criar a infantaria paraquedista no País ainda estava por ser atingida. Em 1944, em plena 2.ª Guerra Mundial, Pessôa negociou uma vaga em Fort Benning, onde o governo dos Estados Unidos treinava o contingente aerotransportado. Em outubro ele recebia a insígnia da tropa - o primeiro militar brasileiro preparado nessa modalidade de operação. Durante a invasão da Normandia, Pessôa estava lá, agregado à seleta 101.ª Divisão Aerotransportada. No Brasil, depois de arregimentar e selecionar voluntários para Fort Benning, encerrou a carreira em 1966, como comandante do Batalhão de Infantaria Santos Dumont, no Rio.

Fonte: O Estado de São Paulo

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