Saudação do cavalariano Pedro Medeiros na passagem do " Dia da Arma ligeira ".
Saudações Cavalarianas, escrevo para cumprimentar todos pelo nosso dia.
Somos privilegiados por pertencer a Arma de Osório. Fomos privilegiados na escolha da nossa arma.
Ao longo dos anos observo os comentários, dos companheiros de outras armas, acerca dos cavalarianos.
Somos diferentes e possuímos laços que se distinguem no relacionamento e trabalho das demais armas por motivos bem específicos.
Somos diferentes porque ombreamos juntos pelas fronteiras do Brasil; nossas famílias são suporte entre sí; desenvolvemos laços de fraternidade e respeito forjados no calor das missões reais que participamos juntos; desenvolvemos nosso respeito mútuo desde os tempos de aspirante, quando nossos Capitães, confiantes do nosso trabalho, nos lançam no terreno com mais de 120 km de eixos a reconhecer sozinhos com nossos pelotões.
Os Chefes inspiram e respeitam os mais modernos e os subordinados retribuem com lealdade e amizade incansáveis.
Algum infante que ler este email dirá: MAS ISSO TAMBÉM FAZEMOS.
Desde já respondo ao provável leitor não-cavalariano.
- Índio velho! A diferença é que o CAVALO é a argamassa de todos estes eventos especiais.
Aí consiste nossa diferença.
O cavalo CONCEDE A MONTARIA a aquele que lhe parece digno, pois possui força suficiente para nos arremessar para longe quando desejar, ainda assim, coloca-se ao nosso serviço por sermos merecedores de seu respeito e fidelidade.
Serve sem ser servil ou subserviente.
Assim são os cavalarianos.
Por fim, remeto aos amigos um antigo poema cavalariano para inspirá-los por mais 365 dias.
Se ao teu corcel não cedes o lugar,
para de ti depois então cuidar,
embora te domine o sofrimento.
Se não te agradas ao menos um momento
com as tradições heráldicas, fremir
das cargas que deixaram de existir.
Se não te orgulhas de empunhar a lança
que Osório fez credora da esperança
na conquista suprema da vitória.
Se não te queres embriagar da glória
de, antes de todos, ir para o inimigo,
infiltrar-te isolado no perigo,
reconhecer para informar, cobrir,
retardar, envolver, perseguir.
Se por estares num motor montado,
julga-se haver o velho ardor quebrado.
Se rei não és do campo na amplidão.
Se te falta a coragem do leão,
E o penetrante olhar da águia não tens,
Quando a caminho para luta vens
Digo-te então
Erraste a vocação
Para trás!
Chora em vão teu desengano
Não serás nunca
Um Cavalariano!
"Vão uns pelo largo campo da ambição soberba, outros pelo da adulação servil e baixa, outros pelo da artificiosa hipocrisia e alguns pelo da religião sincera. Eu, porém, inclinado à minha estrela, vou pela estreita senda da Cavalaria, por cujo exercício desprezo a fazenda, mas não a honra." (Miguel de Cervantes)
Tudo posso Naquele que me fortalece.
Coronel Pedro A. Medeiros Jr.
Cav/1983
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